23/11/11

Forrças Maléficas do Setubalão

1 charrôques Escarrapachades
Táva eu em casa na paz do descanse quié coisa que eu nã sei fazerr e alembrreime "mas afinal o qué insse do Setubalão?" Todos falem nisse mas nã sabem porrque existe, essa forrça que nos impele de dzêrr mal que nã se faz e ódespois de tarr feite dzêrr mal à mêma e fazêrr tá quiete. Eu fui falarr com o Finurra que semprre foi um homem sem inérrcia dnhuma de fazerr um monte de coisas, ele teve mai prrofissões có ráte tem pêles. Ele disse-me que sabia que havia uma forrça poderrósa na Serra da Arrábida que nos amanda pa trrás quande crrêmes fazerr alguma coisa. Eu, o Russe, o Petinga e o Chique Zarroulhe fomes toudes arrtilhádes pá Serra da Arrábida defenderr a nóssa cidade. Eu cá lavava o mê canivete suisse toude arrtilháde e benzide pelas mezinhas anti-magia negrra e da brranca pelo grrande mestrre Finurra, mais um role de linha de pesca. O Russe levava um arrpão com uma pontêrra de férre forrjáde pelos visigódes que conseguem usarr uma ténica ancestrral. O Petinga quié canine levava um baldinhe de minhócas amestrrádas que só obedecem ós seus assubios estrridentes. O Chique Zarroulhe tinha um pau com sete palháces dirr ó chouque atádes com linha de pesca da ponta do pau. Iames cheies de confiança porr aquela Serra acima. Erra de noite, estávames toudes à volta da foguêrra, aquile erra mais um fogarrêrre porrque tinha chórrisse e coirrátes à assarr, bebêmes as poções mágicas nas garrafinhas de mine que vinhem nos alfórrges da geladêrra. Mandei calarr a malta prra tentarr descorrtinarr o barruhe que se ouvia ó funde...erra munte perrte, fui lá com o mê canivete arrtilháde, erra même do outrre láde dos arrbustes... Aparrci de repente, porrque semprre ouvi dzêrr ca surrprêsa é inimiga do nósse inimigue, quande me depárre com um cárro com os vidrres toudes embaciádes e o rábe dum gáje esparramáde do vidrro! Apá sóce...caganda cena e nós a pensarrmes que errem as forrças maléficas anti-sadinas, afinal erra só um avé marria. Forrmes em dirreção à Sécil, porrque a mim nigueim me tirra a ideia que as forrças maléficas devem virr toudas lá dos burráques quelem fazem. Foi uma caminha longa prra conseguirr irr até lá ó funde porrque vimes lógue umas luzes verrmêlhas tipe aquelas porrcarrias das cláques do Benfica que eu antes pensáva que erra eles a queimarr cabêle. Foumes devagarr quande távames prróxime e comessasse a crriárr fórrmas nomeie daquela fumarráda touda. Havia dois serres maléfiques. Um erra corrpe de cavále com cabeça de pêxe-espáda e rábe de arraia. Erra então o famouse biche maléfique que tem porr nome ARRAIAVALOÁDA. O outrre tinha corrpe de pólve e cabeça de de tubarrão marrtêle, erra o tamein famouse POUlVARÃO-MARRTÊRLE, munte prrigouse tamein. Ainda porr cima táva tude forra d'água, que nã sei porrquê algome diz cainda é mai prrigouse. Eu grritei "Russe, Petinga, Chique Zarroulhe! fazêrr estrrêla de cinque pontas!" Lógue, lógue a coisa correu mal, errames ó quatrre e a nha matemática naquela frração de segunde conseguiu serr piorr cá média nacional! A Arraivalóada madou tamanha borrdoáda do Russe que foi embaterr das pedrras munta durras do burráque. O Petinga amanda a minhócas amestrrádas pó chão e grrita "Aperrtão no Cavalão!" Elas começarremnuma bisga em dirreção ó rabe d'arraia. O Chique começou na palhaçáda, querr dzêrr a rodarr aqueles palháces toudes no arr, parrcia um helicóptarro cas hélices toudas torrtas e desalinhadas e os palháce começarrem a espetarr dos brráces os Poulvarrão-marrtêle. O Russe arruceperrou munta rápide e com o seu arrpão faz uma espécie de salte a várra mas que nã salrtou nada porrque ele é munta pesáde e fez um lançamente do corrpe prrá frrente agarradinhe ó seu arrpão même com o bique virráde prrá frrente tamein, parrcia um torrpêde-bicude. Acerrtou même do corração da parrte cavalarr do Arraiavaloáda e este caiu do chão logue estendidinhe. As linhas que tinhem os palháces tavam sa enliárr toudas nos brráces do Poulvarrão-Marrtêle e na malta touda. O Poulvarrão-Marrtêle marrtêle cai prró láde. A minhócas améstrrádas forrem prrá boca do Arraiavaloáda e puserremse a dançarr brreakdance e tal foi o estrrafêgue cu biche murreu sufucáde! E perrguntão vocês, mas o Charroque afinal fez o quê no meie diste tude? Ah pois, saquei fo mê canivête suisse e tive ali mai de duas hórras de voltas daquele enliamente toude a corrtárr as linhas e a separrarr brráces de poulve.
Viêmes emborra satifeites com o resultáde, as forrças maléficas que na deixem a malta fazerr o que querr prra levarr esta cidade prrá frrente forrem eliminádas, minha palávrra de honrra. A parrtirr dagórra só nã faz quem nã querr. Mãos ó trrabálhe!

20/11/11

Mudanças

1 charrôques Escarrapachades

Um gáje tem que mudarr e sié pa mudarr que seja prra melhórr...a loja é do bairro de Trroine e agórra vou masé morrarr do même bairre, ó menes nã tenhe desculpas prra não chegarr atrrasáde e terr que pedirr justificação porrque o gatinhe tinha um pêle entaláde da garrganta e nã conseguia tussirr e ê cá tinha que pegarr do biche pas pátas de trrás como se fóusse um lançol a serr toude saquedide, apá mas ê cá trrabalhe prra mim e não tênhe q darr cavaque a ninguein...prrontes mas já devem terr se aperrcebide que eu cá vou morrarr pa Trroine. Tava eu das mudanças, sim porrque ê cá nãtênhe carrcanhol prra poderr pagarr mudanças a não sei quentes à hórra...e porr isse tênhe que mudarr tude do mê cárre tude ca nha forrça dos brráces e tamein forrça interriorr... nã duvides... bein, tinhames um arrmárrio munta grrande, aquela merrda é tã pesáda e tã grrande que nem sabia o que fazerr. Prrimêrres um gáje dá semprre aquela olhadêla dálte abaixe a tentarr medirr pa verr se cábe do elevadorr, ósdespois aquile parrece caté cábe e tóca de tentarr enfiarr aquile à brruta pu elevadorr acima mas aquile inssiste em nã caberr nadinha, parrêce que incha à ultima da hórra. Pelas descádias esquece é munta andarr pa subirr, já sei, pendurrames uma córrda, uma córrda não, um cábe! "Apá Russe áta lá essa merrda bein ai em baixe que ódespois cumece a puxarr prra cima!" O Russe lá atou aquile e ficou même â manêrra, comecei a fazêrr forrça a puxarr o cábe, mas erra cá uma forrça...e estas coisas nã podem serr feitas de qualquerr manêrra temque terr os minimes de segurrança, eu cá atei a córrda ao cinto das calças e ó même tempe entrrelacei pelas grrádes da varranda, quê cá nã sou párrve! Comecei a fazêrr forrçade móde a puxarr a córrda e aquile no prrencipio até correu bein...mas aquile errem trrês andárres e a fazêrr munta forrça...os dêdes das mãos começarrem a ressentirr-se, a ficarrem enturrpecides de manêrra que parrciem cas mão estavam a ficarr tipe telemóvel quande tá quiête munte tempe, bloqueádas! Apá, eu táva da varranda, a fazêrr forrça cas mãos e ca córrda atáda ó cinto e a passarr pelo meie das grrádes lá prra baixe que táva atáde ó tal arrmárrio...começou a descerr em vez de subirr, os mês pés cumeçarrem a escurregarr e ainda porr cima a gajinha táva a fazerr bolinhas de sabão na varranda, assustousse e amandou a porrcarria do baldinhe de sabnête pó chão, o pês cumeçarrem a derrapinarr numa velocidade caté parrcia a ásas dum cólibrri, cá cuma deprressulidade que só viste. É clárre que même numa pequena frração de segunde ê perrcebi cas coisas jamais poderriam irr correrr bem...os pés só parrarram no murrête da varranda a barriga ca corrda fico todo aconchegadinha às grrádes e só conseguia mecherr os brracinhes pa todo o láde, o russe que táva lá em baixe inda pensava que eu táva-lhe a fazerr adeus e dizia "Apá Charroque, deixa-te de ligeirrezas e faz mai um cadinhe de forrça!", "Despáchate pá Russe, tou à rasca!". O Russe começou a subirr pela corrda a acima pa me virr ajudarr, bem o homem fez aquile terr mai pêse a corrda aperrtou mais um bocáde da barriga e prrontes fui obrrigade a deitarr tude cá prra forra, foi uma chuvada de vómite paquele prrédio abaixe e caiu aquase tude em cima da cabeça do Russe, que ficou piurrse même. Tode cagáde continuoua subirr e quande chegou lá acima disse logue "vais me pagarr este salvamente munte bem págue..." Ele sozinhe aliviou a córrda e puxou o maldite arrmárrio lá prra cima. Entrretante lá nos lavámes, limpámes e fomos masé corrtirr umas minis prra desanuviarr o esforrço do dia naquela bela varranda que tem uma bela vista prra cidade de Setúbal. Tou même contente.

10/11/11

Eu e a nha ZAC

0 charrôques Escarrapachades
Apá sóce...porr incrrivél que parreça ache nunca tinha começáde um texte desta manêrra. Eu cá vou vos contarr uma das minhas aventurra com a nha ZAC. Ahe perrguntem vocês munte bein: "O qué qué insse duma ZAC?". A ZAC uma bicicleta a pedal as sein os pedais e a batarrias. Uma especie de bicicleta da "mecano" que se dobrra toudinha com pilhas recarregaiveis melhórres cás durraceis. Prrontes nã tão a verr népias? É uma trrotineta electrrica que se dobrra e dá prra levarr du cárre. Bein, agorra que já vos elucidei (caganda palavrrão...)
Vame lá contarr o que se passou. Ia eu na bisga ca nha ZAC pela cidade, assim prra desanuviarr sai da loja ali do Trroine e fui em dirreção ó Mirradourre, aquile é a subirr mas ela aguenta. Sentei-me um pouque prra verr a paisagem...cainda é de borrla e pouques se alembrram dirr ó Mirradoure sem serr prra darr um mêles ou enrrularr tabaque denrrularr que é mai barráte...Vi a Trroia dos outtres... vi a Arrábida dos outrres...vi a nossa cidade...táva-se même bein...um ventinhe unique a baterr da cárra caté currtava um pouque as órrelhas, sensações sádinas é o que é. Já tava da horra do cafézinhe, txiii com isse tude até me ódesqueci de almoçarr, ma tava de barriga cheia na mêma.
Comecei a descerr pa ladeirra do Mirradourre em dirreção ao Larrgue da Meserricórrdia quande uma velhóta amanda um bálde d'água suja pó chão, que acabou foi porr me acerrtarr das perrnas, aquile erra mai sabão azul c'água, as ródas da ZAC é boa, ma nã abuses, fiz uma espécie de ZACquinagem arrtistica da trrotinete, encalhei dum empedrráde mais alte cós outrres, fiz tipo sálte imorrtál prró láde donde calhou...a trrotine parrcia que se ia despadaçárr toudinha, mas aquile é rije e ficou só com uns risquinhes da pinturra. Ainda do chão, fiquei a olhárr pa senhorra, mas dzêrr o quê? Sacudi as bolas de sabão e lá fui meio-gáto pingáde. Virrei à Arrtiflash, virrei até da Biblioteca e fui lá requisitarr um livrre. Agorra a prrepósite, a malta diz "ah e tal...os livrres são carríssimes..." Pois é! Pa que saibam, podem ir pedirr livrres emprrestádes à biblioteca e nã paguem nada porr isse, até tem lá o livrre do Charroque! Agórra se te arrmárres em finórrio já te podes queixarr que tão munta cárres e pedirr emprrestáde á pa póbrrezinhes. Ê cá fui.
Trrouxe um livrre qualquerr que já nem malembrra do nome. Desandei dali e fui ande Luisa Todi abaixe paquelas currvas e contrra currvas da faixa biciclópedes ou lá quê quié. Vende as árvorres, o verrdinhe e lá em cima e ó funde o Forrte de S.Filipe comecei a imaginarr as possiveis batalhas que se trravarrem parra alí, trravarrem tante que hoje se quiserrmes batalharr a coisa nã avança népias. Tá tude enguiçáde...Táva eu nestes pensamentes, só me aperrcebi que tava a divagarr a cavále da nha ZAC quande me fui estatelárr contrra a fateixa mai grrande du munde ali aquele monumente com córrdas e cagadélas de pombe! Ganda trrolitáda, fiquei même azuáde, o melhórr é irr agorra a pé e abrrir a loja outrra vez que já se faz tárrde. Quein quiserr experrimentarr a ZAC, pode passarr lá da loja e darr uma voltinha e se quiserrem comprrarr inda melhórr!