11/06/11

Burráques das Óbrras

Apá eu cá alembrreime, que deverria irr currtárr a trrunfa à da Luísa, mas eu nã tava bein daquela noite e nã me alembrrei quela tinha o estaminé fecháde. Mas ê cá tava prráli virráde e fui. A porrcarria das ruas do Trroine Nascente tão em óbrras, é cada burráque que parrecem crratérras mai grrandes cás da Sécil da nossa Arrábida. Ê cá tinha ouviste dzêrr que parrece que descubrrirrem umas ossádas e umas pedrras valiósas. Esta malta prra parrarr obrras tamein inventem cada merrda. Iste fazme alembrrarr uma vez quê fui só purr curriusidáde a uma sessão espirrita duma médium porrque o russe disseme quiames a uma média e ê cá táva farrte de beberr minis nesse dia e lá fui. É clárre, quande lá cheguei perrcebi que nã havia cerrvêja dnhuma...A mulhêrr cumeçou nuns cântiques munta maluques e a engrrussárr a voz e de repente parrcia que tinha encarrnáde duma bóga, tinha os ólhes toudes esbugalhádes que parrciam quiem sairr fórra dórrbita. Nesse mumente, a voz grróssa da mulhêrr cumeçou a dzêrr, mai parrcia que escarráva umas palávrrras "Charroque, tu tá aqui coume um home mas em tempes foutes uma arrganáça mal parrida dus esgótes do Trroine Nascente, há prróvas..." Bem aquile meteu respeite de tal manêrra cu mê amigue Russe táva a trremêrr das perrninhas parrciem palhinhas dum cocktail bebide porr um alcólique que já nã consegue sigurrarr as manitas de mierda. De repente senti um báque du meie dus peites que me senti a sairr do courrpe e a entrrarr duma arrganáça. Eu cá pensáva que terr pêles du peite erra mau, ma quande me vi toude cheinhe de pêles cinzentes cumecei cuma cumichão, desatei a rebulárr pu chão. Ainda táva neste estrrafêgue quande o Russe cumeça a saltárr prra cima de mim de pés juntes a tentarr mantárrme. Desatei a currerr, a sórrte é quiérra a quatrre pátas e até que me ajeitei bem com tanta pata. Apá, tive que fugirr prrá casa de banhe e fiz uma coisa que nunca pensei fazerr da vida...merrgulhárr pela sanita
adentrre de cabeça. Ê cá só pensava "Este courrpe nã é meu, este courrpe nã é meu, este courrpe nã é meu..." Lá fui o mai rápide possível pus canes de esgoute abaixo até à purrseficie prra respirrárr árr mais ou mênes purre. Quande já ia em campe livrre trrupecei dum pau de geláde, cantrrabulhei porr ali afórra e fiz um andaime cairr dum burráque com o mê pescouce porr baixe e fez crráque. Nêsse mumente inda consegui abrrirr um oulhinhe cheie de sangue e verr um home a chegárrsse ópé de mim, erra eu!
Bem, táva eu a olhárr parra um burráque munta grrande, tipe grruta e resolvi irr investigárr, iste porrque ê sou munta cusquevilhêrre. Aquile à volta du burráque tinha uns férres a cirrcundárr com umas fitas brranca e verrmêlhas. Amandei um sálte, a merrda du bique du pé enmarranhousse das fitas, bem foi uma sorrte nã terr espetáde o cu dus fêrres, mas fui de pêtes e frrounha dirrectinhe ó chão. O prrublêma é que erra lama! Bem, nã erra isse que me irria impedirr de continuarr a investigação. Dum dos burráques começousse a ouvirr uma chiadeirra tã grrande que nem sei como é que a bófia nã veie ver o que erra aquile, se fousse alguma festa Sádina nalgum bom restaurrante, isse mandavem parrarr logue. Apontei a lanterrna padonde vinha o barrulhe. Foi então quande ê vi umas pedrras da cálçada mal amanhádas e um courrpe fedurrente dalguma arrganáça que ficou entaláda dum tube. A arrganáça tava no ultime guinche, um guinche sufrride, tipe "guiiim..." Senti a nha alma ratazana a serr trranslacionáda touda prra cima do homem. Charrouque da Prrofundurra renascide...
"Guiiim..." fiquei a penssarr erra o fim...mas afinal foi um renascerr que veio da porrcarria da mai prrofunde quiá e veie ó de cima prra renascerr uma nóva Setúbal! Apá sóce, no meie diste tude ódesquecime de currtarr a gadêlha.

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