20/11/11

Mudanças


Um gáje tem que mudarr e sié pa mudarr que seja prra melhórr...a loja é do bairro de Trroine e agórra vou masé morrarr do même bairre, ó menes nã tenhe desculpas prra não chegarr atrrasáde e terr que pedirr justificação porrque o gatinhe tinha um pêle entaláde da garrganta e nã conseguia tussirr e ê cá tinha que pegarr do biche pas pátas de trrás como se fóusse um lançol a serr toude saquedide, apá mas ê cá trrabalhe prra mim e não tênhe q darr cavaque a ninguein...prrontes mas já devem terr se aperrcebide que eu cá vou morrarr pa Trroine. Tava eu das mudanças, sim porrque ê cá nãtênhe carrcanhol prra poderr pagarr mudanças a não sei quentes à hórra...e porr isse tênhe que mudarr tude do mê cárre tude ca nha forrça dos brráces e tamein forrça interriorr... nã duvides... bein, tinhames um arrmárrio munta grrande, aquela merrda é tã pesáda e tã grrande que nem sabia o que fazerr. Prrimêrres um gáje dá semprre aquela olhadêla dálte abaixe a tentarr medirr pa verr se cábe do elevadorr, ósdespois aquile parrece caté cábe e tóca de tentarr enfiarr aquile à brruta pu elevadorr acima mas aquile inssiste em nã caberr nadinha, parrêce que incha à ultima da hórra. Pelas descádias esquece é munta andarr pa subirr, já sei, pendurrames uma córrda, uma córrda não, um cábe! "Apá Russe áta lá essa merrda bein ai em baixe que ódespois cumece a puxarr prra cima!" O Russe lá atou aquile e ficou même â manêrra, comecei a fazêrr forrça a puxarr o cábe, mas erra cá uma forrça...e estas coisas nã podem serr feitas de qualquerr manêrra temque terr os minimes de segurrança, eu cá atei a córrda ao cinto das calças e ó même tempe entrrelacei pelas grrádes da varranda, quê cá nã sou párrve! Comecei a fazêrr forrçade móde a puxarr a córrda e aquile no prrencipio até correu bein...mas aquile errem trrês andárres e a fazêrr munta forrça...os dêdes das mãos começarrem a ressentirr-se, a ficarrem enturrpecides de manêrra que parrciem cas mão estavam a ficarr tipe telemóvel quande tá quiête munte tempe, bloqueádas! Apá, eu táva da varranda, a fazêrr forrça cas mãos e ca córrda atáda ó cinto e a passarr pelo meie das grrádes lá prra baixe que táva atáde ó tal arrmárrio...começou a descerr em vez de subirr, os mês pés cumeçarrem a escurregarr e ainda porr cima a gajinha táva a fazerr bolinhas de sabão na varranda, assustousse e amandou a porrcarria do baldinhe de sabnête pó chão, o pês cumeçarrem a derrapinarr numa velocidade caté parrcia a ásas dum cólibrri, cá cuma deprressulidade que só viste. É clárre que même numa pequena frração de segunde ê perrcebi cas coisas jamais poderriam irr correrr bem...os pés só parrarram no murrête da varranda a barriga ca corrda fico todo aconchegadinha às grrádes e só conseguia mecherr os brracinhes pa todo o láde, o russe que táva lá em baixe inda pensava que eu táva-lhe a fazerr adeus e dizia "Apá Charroque, deixa-te de ligeirrezas e faz mai um cadinhe de forrça!", "Despáchate pá Russe, tou à rasca!". O Russe começou a subirr pela corrda a acima pa me virr ajudarr, bem o homem fez aquile terr mai pêse a corrda aperrtou mais um bocáde da barriga e prrontes fui obrrigade a deitarr tude cá prra forra, foi uma chuvada de vómite paquele prrédio abaixe e caiu aquase tude em cima da cabeça do Russe, que ficou piurrse même. Tode cagáde continuoua subirr e quande chegou lá acima disse logue "vais me pagarr este salvamente munte bem págue..." Ele sozinhe aliviou a córrda e puxou o maldite arrmárrio lá prra cima. Entrretante lá nos lavámes, limpámes e fomos masé corrtirr umas minis prra desanuviarr o esforrço do dia naquela bela varranda que tem uma bela vista prra cidade de Setúbal. Tou même contente.

1 comentário:

Lewis disse...

Ahhh pá!Mê linde Bairre Trroine...Nã fosse ele, o nome do linque do mê Bloque. Nê migã? Trrinta anes vivi lá eu e volte e meia vô lá almocarr à da Dona Lurrdes, mnha linda mãe.

Bem Haja.